3ª Etapa GR22 - Linhares da Beira - Marialva

A segunda etapa desta aventura parece já ter sido à muito tempo... e na verdade passaram... apenas 15 dias! Parecia nunca mais chegar o dia de mais uma aventura com o cunho GR! Mas o dia chegou... e o dia foi hoje, 28 de Junho, dia da 3ª Etapa GR22 com a ligação entre as Aldeias Históricas de Linhares da Beira a Marialva.
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Dia de GR é dia que começa cedo... bem cedo! 6:30 e já o amigo Silvério andava nas lides de "taxista" a correr as “capelinhas” para recolher os aventureiros do dia! Na etapa de hoje voltámos a reunir o quinteto da memorável primeira etapa… AC, Silvério, Luís Cabaço, Carlos Sales e eu (João Valente).

Deixámos a cidade de Castelo Branco pelas 7:10 horas e levámos connosco para além de todo material necessário à etapa (bicicletas, camel-bags, mantimentos, etc, etc…) os nossos motoristas! Ehehehe… Na verdade… para além da dificuldade (física e psicológica) de algumas etapas… tem sido bem mais difícil equacionar a questão da logística do “motorista” inter-aldeias (!) Têm-nos valido alguns que de uma maneira ou outra apostam (também) connosco nesta aventura! O dia de hoje não foi excepção… e com uma desistência imprevista, e de última hora, dos motoristas combinados… foi mesmo o João Afonso e a sua esposa que deram o passo em frente e disseram “Contem connosco!” A eles o meu especial agradecimento pela ajuda e disponibilidade demonstrada. Muito Obrigado!

Linhares da Beira recebeu-nos já bem pertinho das 9:00… era agora tempo de aprontar as máquinas e as bagagens para a aventura de hoje! Os impermeáveis faziam parte integrante do camel-bag… pois São Pedro, a par com as previsões meteorológicas ditavam aguaceiros… mais cedo ou mais tarde!

O Café “Mimoso” ainda em Linhares acolheu-nos para o pequeno-almoço antes da partida. Não é que o dono fosse realmente “mimoso”… nós achámos mais o contrário (!)… mas lá nos safámos com umas sandes e uns cafezinhos para dar ânimo nos primeiros Km’s da etapa.

A saída de Linhares é feita desde logo com disparos orgânicos de adrenalina… uma calçada romana com sensivelmente 3Km’s em descida põe à prova os reflexos (ainda frios!) dos que por lá passam. As pedras largas e polidas são entrecortadas com socalcos de altura considerável! Para ajudar… a calçada é ladeada por vegetação algo cerrada onde as silvas predominam! Quase todos temos uma pequena recordação gravada nos braços ou pernas deste trajecto! Ehehehe!

Desde início denotamos que os primeiros Km’s da etapa estavam especialmente bem marcados com a sinalética do GR22… comparativamente com as etapas anteriores! Não se dispensa a utilização do dispositivo GPS… mas a marcação está sem dúvida bem mais conservada e visível que nas duas etapas anteriores. A par com a sinalética do GR22… foi uma constante deste trajecto os marcos do Caminho de São Tiago (Compostela)… bem mais robustos, em pedra granítica, embelezada com a agressão temporal, e com a “concha” de São Tiago esculpida na pedra. Muito Bonito!

Carrapichana e Vale Soeiro… foram as primeiras localidades que atravessámos. Latidos de cães ao longe e por vezes bem perto das nossas rodas, ainda se ouviam… mas “vivalmas” de pessoas… nem vê-las! Cafés e Restaurantes… esses só em sonhos! Estamos a pedalar no Portugal profundo e isso faz parte da aventura! Abastecimentos e autonomia é algo a que o grupo vai sempre (bem) preparado!

Com cerca de 20 suaves Km’s cruzámos uma das bonitas paisagens do dia. O Rio Mondego no seu máximo esplendor. O caudal tranquilo formava um bonito espelho de água… onde a vegetação envolvente lhe dá um toque digno de registo fotográfico! Foi após a travessia do açude que optámos por fazer uma pausa e degustar a “Angelica” que o Luís Cabaço transportava no seu camel-bag. Angelica??? Pois… Para quem não sabe… uma jeropiga daquela que faz torcer a orelha e pedir por mais! Ehehehe! Foi um espectáculo! Mais houvesse… mais se bebia! Excelente iniciativa do Luís Cabaço!

As zonas verdejantes eram uma constante e o terreno continuava plano! Passámos por baixo do tabuleiro da A25 e da Linha de Caminho de Ferro ainda com o rio Mondego à nossa direita a fazer-nos companhia por mais alguns Km’s! Searas, hortas de cultivo, casas de pedra abandonadas, outras nem tanto… e até espantalhos, tivemos como paisagem! As sinaléticas GR22 continuavam na nossa companhia…. até nos locais mais inesperados! Eu estava surpreendido!

Aldeia Nova, foi a localidade que marcou a transição entre a zona mais suave e a zona mais “agressiva” da etapa! A altimetria mudou para ascendente, o piso deixou de ser rolante e passou a ser técnico qb com areão e muita pedra… e para ajudar, S.Pedro prometera, S. Pedro cumpria… chuva, daquela que molha a sério! Foram 15Km’s que percorremos dentro de um vale, em subida, para atingirmos a aldeia Venda do Cepo!

A paisagem dentro do vale era magnífica! À direita rochas enormes entrecortadas pela vegetação estival… à esquerda… a mesma coisa! Afinal estávamos num vale! Ehehehe! Ainda fomos ultrapassados por uma comitiva de motociclistas… pouco ordeiros… que deixaram o caminho ainda mais solto! Chegámos a Vale do Cepo perto das 12:30 e… molhadinhos… prontos a torcer! Parecia que estávamos no GB (Grande Banho) em vez do GR (Grande Rota)…

Com 50 Km’s já percorridos e cerca de 20 para Marialva fizemos uma pausa (mais abrigada) para um abastecimento mais sólido! São Pedro a pouco e pouco deu tréguas e o temporal deu lugar ao céu mais limpo e mesmo a fazer-se sentir uma pontinha de calor! Parecia um clima tropical… em Portugal profundo!

A pouco e pouco começa a avistar-se Trancoso, outra localidade que integrou recentemente o Grupo das Aldeias Históricas de Portugal. O GR22 foi traçado anteriormente a esta integração, não passando por isso dentro da localidade de Trancoso. Apesar disso avista-se ao longe… seguindo o trajecto para as localidades de Castaide e Moreirinhas… onde o amigo Silvério entendeu e aprendeu o que é um Pinheiro. “O que é isso? É um Pinheiro!” Privet Joke… só quem lá esteve é que consegue entender o hilariante da situação! Eheheh!

Já com o relógio a passar das 14horas…e a menos de 10Km’s do destino… começa a visualizar-se lá longe o Castelo de Marialva… no topo do maciço rochoso que lhe serve de base! Já se sentia no grupo aquele ânimo e sabor a mais uma etapa conquistada!

É em pouco tempo que se entra nas imediações da vila… ainda distantes (em altura) da “cidadela” despovoada que se encontra no interior das ruínas do castelo medieval de Marialva. Para lá chegar… é subir algumas centenas de metros com a canícula já a fazer transpirar. Em redor do castelo… o grupo dispersou-se… cada um a tentar descobrir um novo cantinho cheio de história e beleza! Fotografia aqui e fotografia acolá… Marialva é uma bonita aldeia história!

Pouco tempo depois… e como que tivéssemos combinado um encontro à pontualidade britânica… João Afonso e esposa… caminham calmamente para um cumprimento de felicitação ao grupo, por mais uma etapa vencida! Faltava a fotografia de grupo… em plenas escadinhas de acesso à porta medieval… sensação de “dever” cumprido com satisfação… estava estampado na cara de todos nós!

A 3ªEtapa - Linhares da Beira - Marialva estava concluída… provavelmente a mais fácil (ou menos difícil) de todas as 7 etapas… para a semana há mais aventura… e mais aldeias históricas…

Amigos… até Castelo Mendo…
Portem-se à altura!


2 comentários:

  1. tÊm de fazer entao uma rota que passe mesmo em Trancoso!!!

    parabens pelo blog

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  2. Olá Fábio... obrigado pelo comentário!

    A Rota (GR22) traçada pelo INATEL (Carta do Lazer) não integra Trancoso pois esta Aldeia Histórica foi introduzida no Grupo das Aldeias Históricas à posteriori da elaboração do GR22.
    Agora... ninguém invalida fazer um pequeno desvio e passar por Trancoso... será sempre tempo bem empregue!Nós optamos por seguir em rigor o traçado oficial do GR22.

    Abraço
    João Valente

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